O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou, nesta segunda-feira (23), dados do boletim “De Olho nas Negociações” onde é apresentado que 86,7% das negociações com data-base agosto tiveram ganho real (acima da inflação) entre 60 reajustes computados pela base de dados do Mediador.
Os reajustes, computados até o dia 12 de agosto, têm como base de comparação o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE).
O boletim ainda mostra que “3,3% dos reajustes foram iguais à variação dos preços, e 10% ficaram abaixo desta”.
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Apesar do resultado, o Dieese destaca que “embora os dados indiquem coerência com o quadro observado nos meses anteriores, em especial no tocante ao percentual de reajuste acima do INPC, eles precisam ser tomados com muita cautela, uma vez que se baseiam em uma amostra significativamente pequena, devido ao fato de que o Mediador esteve inoperante por problemas técnicos nas últimas semanas.”
Conforme a entidade, o ganho real médio registrado foi de 1,08% acima do INPC, visto como o “menor observado para uma data-base desde dezembro de 2023”.
Já o valor do reajuste necessário para as categorias com data-base em setembro – equivalente à variação acumulada da inflação nos doze meses anteriores à data-base – é igual a 3,71%: “representa uma redução em relação ao reajuste necessário de agosto e é fruto da deflação observada nesse mês.”
Quanto à distribuição dos reajustes em 2024 (até agosto), 86,1% dos 9.613 reajustes analisados conquistaram aumentos reais frente à inflação, sendo que 10,5% foram em percentual igual à variação do índice de inflação e apenas 3,4% ficaram abaixo.
Já os reajustes acima da inflação predominam em todas as regiões geográficas, sempre acima de 80% dos casos. O estudo destaca que a região Sudeste registrou aumentos reais em 89,2% das suas negociações: “o maior percentual observado no recorte regional.”
Pisos Salariais
O Dieese mostra que o valor médio dos pisos salariais analisados nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 1.701,30 e o valor mediano, R$ 1.587,63.
No recorte geográfico regional, “os maiores pisos salariais médios e medianos seguem sendo os da região Sul (respectivamente R$ 1.777,71 e R$ 1.739,59); e os menores, os do Nordeste (respectivamente R$ 1.562,39 e R$ 1.459,95)”.