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‘Carta aos brasileiros’ supera 1 milhão de assinaturas no dia em que as ruas defenderam as urnas

‘Carta aos brasileiros’ supera 1 milhão de assinaturas no dia em que as ruas defenderam as urnas

12/08/2022
Fonte: RBA
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Com manifestações de rua neste final de tarde, como a avenida Paulista, em São Paulo, e a Candelária, no Rio de Janeiro, o 11 de agosto conseguiu mobilizar diferentes setores da sociedade para manter vigília em torno da democracia e do processo eleitoral. Muitos defensores do impeachment de 2016 desta vez participaram de atos pelo Estado de direito. O jurista Miguel Reale, por exemplo, esteve nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), assim como o historiador Marco Antonio Villa.

E a leitura da Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito ocorreu exatamente no dia em que o documento alcançou 1 milhão de assinaturas às 21h58 desta quinta. “A cartinha virou o jogo”, disse à Rádio Eldorado o diretor da faculdade, Celso Fernandes Campilongo. “Cartinha” foi como o presidente da República se referiu ao documento referendado por brasileiros de todos os segmentos sociais.

Compromisso com a liberdade

Para o jornalista Jamil Chade, a “intolerável ameaça autoritária” recebeu hoje, no ato do Largo São Francisco, “uma resposta inequívoca de uma sociedade plural e comprometida com a liberdade”. O ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD) Marcelo Semer avalia que o documento serviu de repúdio à “ameaça golpista” contra as eleições. “Não é uma carta libertária nem mesmo progressista. O consenso mínimo que a envolve é a legitimidade da eleição. De 2022. Não é mais do que isso, e ao mesmo tempo foi bastante”, escreveu.

Graduado em Direito justamente na USP, em 1990, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou o caráter “histórico” da ata. Prestes a assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana que vem, ele ressaltou em rede social a “solidez e a fortaleza” da democracia e do sistema eleitoral, “alicerces essenciais para o desenvolvimento do Brasil”.

Severa advertência

Outro ex-aluno das Arcadas (turma de 1969), o ex-ministro do STF Celso de Mello afirmou que o ato de hoje “representou, em sua dimensão política, gesto histórico de inequívoco apoio da cidadania ao regime democrático, de severa advertência ao Presidente Bolsonaro e aos seus epígonos e de veemente repulsa à pretensão liberticida de mentes sombrias e autocráticas!”.

Quanto o ato de hoje começou, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, às 10h05, a Carta somava exatas 928.956 adesões. Dez horas depois, às 20h05, atingia 986.904. O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, dava o tom: “Estamos aqui para defender a democracia, a legislação eleitoral, a Justiça Eleitoral e o sistema eleitoral, com as urnas eletrônicas. Que a vontade do povo brasileiro seja respeitada e seja soberana. Queremos eleições livres e tranquilas, queremos um processo eleitoral sem fake news“.