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Bolsonaro corta 60% da verba do Farmácia Popular para abastecer orçamento secreto

Bolsonaro corta 60% da verba do Farmácia Popular para abastecer orçamento secreto

21/09/2022
Fonte: RBA
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Medida deverá acelerar mortes de brasileiros pobres por falta de remédios contra hipertensão, diabetes e asma, entre outros. Governo percebe o estrago na campanha de Bolsonaro, mas só vai estudar o caso depois das eleições

A vida de brasileiros e brasileiras que dependem do programa federal Farmácia Popular ficará em risco a partir de 2023, já que uma imensa parcela da população não terá condições de comprar os medicamentos de que precisam. Isso porque o governo Jair Bolsonaro (PL) quer cortar ainda mais os recursos públicos destinados ao programa, criado pelo governo Lula em 2004, o que vai tirar de pessoas doentes e pobres o acesso a 13 tipos de remédios para doenças como diabetes, asma e hipertensão, entre outras. 

Conforme reportado nesta semana pelo jornal O Estado de S.Paulo, e confirmado em nova matéria de ontem (15) no Jornal Nacional o presidente incluiu proposta de redução de 60% dos recursos para a aquisição de medicamentos e produtos do Farmácia Popular no Orçamento da União de 2023. Na lista de drogas que serão impactadas pelo corte bilionário, estão ainda remédios para osteoporose, rinite, mal de Parkinson, glaucoma e até fraldas geriátricas.

Na avaliação de especialistas, a mais nova ação de Bolsonaro contra parcelas vulneráveis dos brasileiros provocará principalmente a aceleração de mortes pela simples falta de tratamento. Além disso, sobrecarregará o Sistema Único de Saúde (SUS) a médio e longo prazo.

“A consequência mais imediata que nós podemos prever é que esses pacientes que hoje vão à Farmácia Popular passem a procurar as farmácias municipais públicas. Outras pessoas podem deixar de tomar sim (o medicamento). E se essas pessoas pioram o quadro dessas doenças crônicas, elas fatalmente vão sobrecarregar o sistema de saúde daqui a um tempo com doenças muito mais graves e muito mais onerosas. Tanto para o SUS quanto para o setor privado”, alerta a farmacêutica e sanitarista do SUS Dirce Cruz Marques. 

O texto do Executivo ainda não foi votado pelos parlamentares. Mas, se confirmado, os repasses do programa devem cair dos atuais R$ 2,04 bilhões para R$ 804 milhões no próximo ano. .